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Desemprego sobe em 12 estados no 1º trimestre

O desemprego ficou estável nas outras 15 unidades da federação

Desemprego sobe em 12 estados no 1º trimestre

© Agência Brasil

Folhapress
16/05/2025 16:47 ‧ há 4 semanas por Folhapress

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O aumento da taxa de desemprego no Brasil foi acompanhado por altas do indicador em 12 estados no primeiro trimestre de 2025, ante os três meses finais de 2024. É o que apontam dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

 

O órgão disse que o desemprego ficou estável nas outras 15 unidades da federação, sem variação significativa em termos estatísticos, considerando o intervalo de confiança da pesquisa.

Segundo o IBGE, a taxa de desocupação aumentou nos seguintes locais: Piauí (+2,7 pontos percentuais), Amazonas (+1,7 p.p.), Ceará (+1,5 p.p.), Pará (+1,5 p.p.), Pernambuco (+1,4 p.p.), Minas Gerais (+1,4 p.p.), Rio Grande do Norte (+1,3 p.p.), Maranhão (+1,3 p.p.), Rio de Janeiro (+1,1 p.p.), Mato Grosso (+1 p.p.), Paraná (+0,8 p.p.) e Rio Grande do Sul (+ 0,7 p.p.).

Na média do Brasil, o desemprego foi de 7% no primeiro trimestre de 2025, após marcar 6,2% nos três meses finais de 2024. Os números integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

Apesar do avanço, a taxa de 7% é a menor para o primeiro trimestre na série histórica. O levantamento começou em 2012.

O resultado do país havia sido publicado pelo IBGE no fim de abril. Nesta sexta, o órgão divulgou a versão mais detalhada da Pnad, que inclui os dados dos estados.

No início de ano, o desemprego costuma subir com a busca por recolocação após o fechamento de vagas temporárias. Para William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE, o mercado de trabalho brasileiro ainda se mostrou "resiliente".

"Esse aumento no primeiro trimestre é sazonal, devido ao fim dos contratos temporários para o fim de ano. O aumento de 0,8 ponto percentual foi menor que a média dos aumentos [1,1 p.p.] para esse trimestre, o que garantiu que essa taxa de desocupação fosse a menor para um primeiro trimestre na série histórica", disse o técnico.

Segundo o IBGE, Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%) mostraram os maiores índices de desemprego no primeiro trimestre. As menores taxas foram de Santa Catarina (3%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%).

RENDA SOBE APENAS EM TRÊS ESTADOS

No Brasil, a renda média do trabalho foi estimada pelo IBGE em R$ 3.410 por mês no primeiro trimestre deste ano. O valor é recorde na série histórica. Houve avanço de 1,2% frente aos três meses imediatamente anteriores.

Só três estados, contudo, mostraram altas consideradas significativas, indicou o IBGE. Foram os casos de Rio de Janeiro (6,8%), Santa Catarina (5,8%) e Pernambuco (4,7%).

As demais unidades da federação ficaram no campo da estabilidade, conforme os critérios do instituto.

"Esses estados [RJ, SC e PE] são significativos, têm uma capacidade de mudar o rendimento médio nacional, assim como São Paulo teria, e por aí vai. Estados menores não teriam essa capacidade", disse Kratochwill.

DADOS MOSTRAM DIFERENÇAS REGIONAIS

Entre os empregados do setor privado do país, 74,6% tinham carteira de trabalho assinada no primeiro trimestre de 2025. O percentual tem grande variação entre os estados.

As maiores proporções são as de Santa Catarina (87,8%), São Paulo (83,4%) e Rio Grande do Sul (81,5%). As menores ficam no Maranhão (51,8%), no Piauí (52,0%) e no Pará (55,1%).

Já a taxa de informalidade foi de 38% da população ocupada com trabalho no Brasil. Trata-se do percentual de profissionais que recorrem a atividades sem carteira ou CNPJ para ter alguma renda. Isso pode envolver os populares bicos.

As maiores taxas de informalidade foram verificadas no Maranhão (58,4%), no Pará (57,5%) e no Piauí (54,6%) no primeiro trimestre. As menores estão localizadas em Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%).

Sete estados registraram informalidade acima de 50%. Além de Maranhão, Pará e Piauí, a lista inclui ainda Amazonas (53,3%), Ceará (52,5%), Bahia (51,9%) e Paraíba (51,3%).

Um ano antes, no primeiro trimestre de 2024, o Brasil tinha oito unidades da federação nessa situação.

"Isso é mais comum de acontecer nas regiões onde a economia não é tão desenvolvida, onde não há tanta presença de empresas maiores", afirmou Kratochwill.

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